segunda-feira, 1 de março de 2010

HOMENS VASECTOMIZADOS PODEM TER FILHOS ?




Homens vasectomizados podem ter filhos?

Às vezes fico me perguntando os mecanismos de pensamento pelo qual a nossa espécie chega a conclusão de que a melhor alternativa para não se ter filhos é a sua castração deliberada. Não consigo entender! Mas respeito às opiniões de todas as cores. No homem, não tenho estes dados, mas na mulher até 50% delas se arrependem quando fazem a laqueadura tubária e 10% destas arrependidas tentam de alguma forma ter mais filhos. Somos campeões de laqueadura tubária no mundo, mas deixamos para lá; hoje nosso assunto são eles!
Vamos inicialmente falar um pouco de fisiologia: todos nós sabemos que o testículo tem a finalidade de produzir espermatozóides e assim o faz; grudado ao testículo tem uma bolsa coletora que chamamos de epidídimo e para lá vão os espermatozóides produzidos no testículo, ficam por lá um tempo para adquirirem mobilidade – o espermatozóide é uma célula especializada que possui uma cauda que o faz movimentar se. Esta capacidade ele adquire no epidídimo. O epidídimo continua se em um canal que chamamos de canal deferente. Este canal leva o espermatozóide até a uretra e daí vão para o meio exterior. Neste percurso, o canal deferente recebe as secreções da próstata e da vesícula seminal. Assim, o sêmen possui: espermatozóides, secreção prostática e secreção da vesícula seminal. Então depois desta breve explicação fica fácil explicar a laqueadura masculina, mais conhecida como VASECTOMIA. Então em que consiste esta cirurgia: simplesmente ligar o canal deferente; em outras palavras obstruímos a passagem do espermatozóide para o meio exterior. Embora a vasectomia seja feita com a intenção da esterilização permanente, ela pode ser revertida devido ao aparecimento de novos relacionamentos conjugais ou mesmo um novo desejo de ser ter mais um filho. Embora a reversão da vasectomia seja tecnicamente factível, a indicação e o sucesso desta reversão dependem de fatores masculinos e femininos. A idade da parceira é o principal elemento a ser considerado nesta decisão. Uma mulher completamente normal tem aos 35 anos apenas 12% de chances de engravidar por mês. Considero esta uma idade crítica. Recomendamos fortemente uma análise completa da parceira antes da reversão da vasectomia. Imaginem que eu faça a reversão da vasectomia e somente depois descubra que a mulher tem as duas trompas obstruídas. Tecnicamente esta não é uma situação ideal. Um ponto importante para discutirmos aqui é quanto à formação de anticorpos contra os espermatozóides. Vejam que fato interessante: os espermatozóides não entram nunca em contato com nosso sistema imunológico, através do sangue. Então, quando fazemos a vasectomia este contato do nosso sangue com os espermatozóides acontece e aí o sangue que é repleto de células de defesa – sistema imunológico – reage formando anticorpos contra os espermatozóides, pois até este momento nunca havia tido contato entre estas partes. Aproximadamente 60% dos homens desenvolverão estes anticorpos. Alguns investigadores têm sugerido que tais anticorpos podem diminuir a chance de gravidez após a reversão da vasectomia. Entretanto isto não é consenso, conseqüentemente solicitar este exame antes da reversão é controverso. Antes de se proceder a reversão acredito que o casal deva ser orientado quanto as técnicas de reprodução assistida, pois elas são menos invasiva, resolvem mais rapidamente o problema, mas podem ser mais caras do que a reversão. É geralmente aceito que a reversão realizada através de um microscópio que nós médicos usamos nos olhos pare ver melhor produz melhores resultados quando fazemos sem este instrumento, mas com o microscópio o tempo da cirurgia fica maior. Após a reversão sem o microscópio, aparece espermatozóide em até 80% dos homens, mas apenas 20 a 40% das mulheres engravidam. Mas quando a cirurgia é feita com o microscópio, em 90% dos casos reaparece espermatozóide e 50 a 60% das pacientes engravidam. Estes números são de um trabalho publicado em 1998 por Belker e seus colaboradores no livro Advances in Urology. Um ponto importante nesta nossa conversa diz respeito ao tempo decorrido da vasectomia até a reversão dela: sabemos que quanto mais tempo decorrido, menores são as chances de gravidez. Vejam este quadro abaixo:

Tempo de vasectomia Taxa de gravidez:
3 anos 70%
4 a 8 anos 50%
9 a 14 anos 30%
Mais de 15 anos 20%

Como já enfatizamos a idade da parceira é fundamental para estes resultados acima, pacientes com menos de 35 anos enfeiam bastante estes resultados. É interessante o achado que quando o homem faz a reversão e se mantém com a mesma parceira as chances de gravidez são maiores do que quando a parceira é outra diferente. Em face de todas estas considerações acima relacionadas, orientamos aos casais a buscarem aconselhamento com profissionais especializados no intuito de discutirem sobre a possibilidade de congelarem os espermatozóides antes da vasectomia. Espero mais uma vez ter contribuído com uma boa informação. Tenham todos uma ótima semana e fiquem com Deus...sempre!
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3 Comentários:

Victória Parente disse...

O que é BRASILCORD?

É uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Medula Óssea que constituiu um grupo de estudo para criar uma rede nacional de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário, com o objetivo de beneficiar um maior número de receptores.
O Banco de Sangue de Cordão Umbilical do INCA faz parte deste grupo.

Desta iniciativa, se originou a portaria Ministerial nº 903/GM de 16/08/2000 que regulamentou este procedimento e a base para a criação de um rede nacional de bancos de sangue e cordão umbilical e placentário com o objetivo de beneficiar o maior número possível de receptores. Atualmente participam deste grupo os seguintes serviços:

Fontes:
INCA - CEMO
Hemocentro de Ribeirão Preto - SP
UNICAMP - Campinas - SP
UFPR - Curitiba - PR
Hospital Albert Einstein - São Paulo - SP
Hospital das Clínicas - Hemocentro - SP

Informações:
Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do INCA - tel: (21) 2506-6390 ou 2506-6391
Maternidade Carmela Dutra – tel. (21) 2597-3552 ramal 2184
Rua Aquidabã 1037, no bairro de Lins de Vasconcelos.
Rio de Janeiro - RJ
Fonte: Divisão de Comunicação Social – INCA – Ministério da Saúde

http://www.inca.gov.br/cancer/medula/flyer_cordaoumbilical.html

Victória Parente disse...

Meu querido Dr.Evangelista, pessoa maravilhosa que muito me deu apoio no momento mais difícil da minha vida, o melhor ginecologista que alguém pode ter, pois além de médico é amigo.

Dr.Evangelista venho invadir seu blog com essa informação que postei no meu blog tb, pois ela pode salvar a vida de muitos que estão precisado desse gesto de solidariedade e melhor que seu blog para divulgar não existe.

Vamos fazer uma campanha para que as futuras mamães façam essa doação de amor que é doação do cordão umbilical.

Segue as informaçãoes nas próximas postagens.


Sangue de Cordão Umbilical e Placenta - Uma esperança de Cura.

O que é o sangue de cordão umbilical e placentário?

É o sangue que circula pelo cordão umbilical e pela placenta. Ele também é chamado de SCUP ( “Sangue de Cordão Umbilical e Placentário”).
Este sangue passou a ter muita importância porque pesquisadores descobriram nele um grande número de células “tronco” hematopoéticas – células importantes para os transplantes.

Como é feita a doação?

Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado e cortado, interrompendo a ligação entre bebê e a placenta.
A quantidade de sangue ( de 70 a 100ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada e transferida para um banco de sangue de cordão umbilical, onde será congelada e armazenada.
Estas células podem permanecer armazenadas por vários anos e ficam disponíveis para serem transplantadas.
Este processo não causa danos para a mãe e para o bebê e só pode ser feito com a autorização da mãe.

Quem pode ser beneficiado pela doação?

Todos os pacientes que precisam de um transplante de medula óssea e que não apresentam doador familiar compatível.

Quais são os tipos de doação possíveis no programa do INCA?

São dois tipos de doação:


1. Doação voluntária para o Banco, cujas células ficarão disponíveis para qualquer pessoa que necessite.

2. Doação para um irmão que comprovadamente apresente doença com indicação de um transplante e medula óssea.

Estes tipos de doação não possuem custos para a família e devem ser realizados através de consulta / agendamento direto com o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do INCA ( tel: 21- 2506-6390).

Victória Parente disse...

Como posso doar o sangue do cordão Umbilical do meu bebê?

Para atender ãs mães que querem doar voluntariamente o sangue do cordão do bebê, o Instituto Nacional do Câncer firmou convênio com esta maternidade, onde uma equipe com enfermeiros fica disponível para realizar coletas.
Embora estejam em desenvolvimento vários programas semelhantes em todo o Brasil, a necessidade de armazenamento de sangue de cordão umbilical é grande. O Banco de Sangue de Cordão Umbilical do INCA tem capacidade para armazenar 4 mil amostras.

Alguém ficará sabendo da minha doação?

Não. A doação voluntária é confidencial e nenhuma troca de informações é permitida entre o doador ( a mãe do bebê ) e quem recebe a doação.

Como os pacientes podem receber a Doação?

Os pacientes com indicação para transplante deverão ser cadastrados, pelo Registro de Doadores de Medula Óssea ( REDOME ), de acordo com suas características ( HLA) . Haverá, então, um cruzamento de informações entre o REDOME e o Banco de Sangue de Cordão Umbilical, a fim de identificar
um doador compatível entre as unidades armazenadas. O processo de transplante é semelhante ao utilizado para medula óssea, ou seja, o paciente recebe as células “tronco”, através de uma transfusão.

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